terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Delegação da ADAG e da FAGRORURAL no Colóquio em França

CNA no Colóquio Europeu “Os Dias da Agricultura Camponesa de Montanha”


A Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) e a Federação das Associações Agro-Florestais Transmontanas (FAGRORURAL), em representação da CNA, participaram nos dias 5 e 6 de Novembro no Colóquio Europeu “Os Dias da Agricultura Camponesa de Montanha”, que se realizou em Ax-Les-Thermes, França.

O colóquio contou, no primeiro dia, com visitas a explorações pecuárias de montanha, seguindo-se a apresentações de explorações: cinco explorações francesas, uma portuguesa (Guarda) e uma Síria (por vídeo). Decorreram debates sobre um dos graves problemas que os pastores atravessam, tal como no do distrito da Guarda e noutros de Portugal, que é o da existência de predadores dos rebanhos.
No caso da França, há predadores como o lobo, o urso e o lince. Em Portugal, os maiores ataques têm sido realizados pelo lobo.
Foram ouvidos testemunhos emocionados de pastores que perderam animais, situação que se reflecte, negativamente, numa profissão de risco e que é praticada com receios/medos e revolta.
A ADAG também deu o seu contributo para este debate, transmitindo testemunhos de pastores que, em Portugal, sofrem com este tipo de ataques.
No segundo dia, realizaram-se grupos de trabalho para debater e criar soluções/propostas sobre cinco temas:

1. Qual o lugar da agricultura nos terrenos de montanha?
2. Que tipo de agricultura de montanha, para além da pastorícia?
3. Qual a valorização para os produtos da montanha, sem cair no “marketing” territorial?
4. Qual o futuro das explorações pecuárias e do pastoreio em montanha no contexto da nova PAC? – Tema no qual participaram a ADAG e a FAGRORURAL.
5. Como facilitar a instalação e a transferência de explorações de montanha?

O colóquio terminou com uma intervenção do Ministro da Agricultura de França, Stéphane Le Foll, a quem foram apresentadas as problemáticas que afectam a Agricultura de Montanha e propostas de solução pela Confédération Paysanne, no sentido de se encontrarem e concretizarem vias que possam melhorar este tipo de agricultura de montanha e a pastorícia, de forma a que esta prática não seja abandonada nem esquecida.

Apercebemo-nos que, independentemente do país, este tipo de agricultura tem os mesmos problemas e as mesmas dificuldades, com a diferença que Portugal tem áreas muito mais pequenas, o que torna ainda mais difícil manter a agricultura familiar de montanha e/ou pastorícia e dela sobreviver.